O impacto dos atuais eventos climáticos na economia do município de Canguçu
- 04/07/2024
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Em decorrência das chuvas extremas que atingiram o Rio Grande do Sul, entre abril e maio de 2024, a economia do estado se desestabilizou consideravelmente.Durante o período de chuvas extremas, 9.158 localidadesforam afetadas, o que impactou diretamente as instalações da zona rural, como casas, galpões, armazéns, silos, estufas e aviários. O escoamento da produção de 4.548 comunidades também foi afetado, destacando urgência do reparo das estradas para recuperação econômica e social dos afetados.
A produção primária obteve perdas significativas em diversas áreas plantadas, dentre estas, destacam-se a cultura de grãos. Abaixo, alguns dados fornecidos pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), referente as perdas na cultura de grãos no estado.
Embora a maioria das lavouras de verão serem colhidas antes da catástrofe climática, as lavouras restantes foram significativamente afetadas em relação a produção e produtividade.
Desde o dia 26 de abril, Canguçu vem sendo atingido por chuvas de alta intensidade pluviométrica, nas quais afetam diretamente a economia do município. De acordo com o laudo emitido pela EMATER/RS, as perdas na cultura da soja, na pecuária de leite e apicultura, totalizam o valor de 48.100.553,00 reais, além dos danos em 25 pontes de madeira na zona rural.Foi decretado Situação de Emergência pela Prefeitura Municipal de Canguçucomo tempestade local/conectiva, sendo válida apenas para os locais afetados pelo desastre.
A perda mais significativa ocorreu na cultura da soja, a qual afetou intensamente a economia do município, de acordo com a EMATER/RS a soja obteve 18.600 hectares da sua área atingida, totalizando a perda de 82% da produção, obtendo um prejuízo financeiro de 98.054.550,00 reais. A cultura do milho também foi prejudicada, teve 5.336 hectares de sua área atingida e perda de 5% da produção, totalizando um prejuízo financeiro de 1.622.144,00 reais. A olericultura teve 55 hectares da sua área atingida, com uma perda de 30% da sua produção, assim, obtendo um prejuízo financeiro de 882.150,00 reais. Embora sem números muito expressivos, a olivicultura também foi prejudicada pelo evento climático, teve 0,5% da sua produção perdida e um prejuízo financeiro de 542.948,00 reais.
Também é necessário ressaltar o dano na pecuária do município, em razão do prejuízo nas pastagens naturais cultivadas, houve uma grande queda na produção da carne e do leite.
Segundo a estimativa,a bovinocultura de corte teve 115.000 cabeças de gado perdidas, causando um prejuízo financeiro de 11.500.000,00 reais, já a bovinocultura de leite teve 4.424 cabeças de gado perdidas e um prejuízo financeiro de 670.841,40 reais, e a apicultura, por sua vez, obteve uma perda de 7.000 colmeias e um prejuízo financeiro de 682.500,00 reais.
Também houve dano na fruticultura municipal,as culturas do araçá e da goiaba foram as mais afetadas pelo evento climático. Já na olivicultura, foi examinado uma baixa produtividade e produção no período de floração e formação dos frutos de agosto a dezembro, também foi constatado perdas referentes ao tombamento de plantas nos pomares, em razão dos fortes ventos ocorridos entre o verão e o outono, seguidos das chuvas em excesso neste período.
O excesso de chuvas também prejudicou a cultura das hortaliças, nas quais as áreas de pontos de colheitas foram alagadas. As perdas são irreversíveis em relação ao plantio.
Os povos e comunidades indígenas que residem no município de Canguçu também foram severamente afetados pelas chuvas fortes, tanto na produção de subsistência, quanto na sua infraestrutura comunitária.
Imagens do prejuízo na cultura do milho. Fonte: EMATER/RS
Imagens do prejuízo na cultura da soja. Fonte: EMATER/RS
Imagens do prejuízo na apicultura. Fonte: EMATER/RS
Referências bibliográficas: EMATER/RS
Responsabilidade: Bibiana Mattos, Rádio Cultura.